quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Poesia. Aqui deixo dois poemas: um de Pablo Neruda e outro, como não poderia deixar de ser, de Roberto de Mesquita...

Quem morre?
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda


Aves do Mar

Aves do mar que em ronda lenta
Giram no ar, à ventania,
Gritam na tarde macilenta
A sua bárbara alegria.

Incha lá fora a vaga escura,
Uiva o nordeste aflitamente.
Que mágoa anónima satura
Este ar de Inverno, este ar doente?

Alma que vogas a gemer
Na tarde anémica, de vento,
Como se infiltra no meu ser
O teu esparso sofrimento!

Que viuvez desamparada
Chora no ar, no vento frio
Por esta tarde macerada
Em que a esp’rança se esvaiu!”..

Roberto de Mesquita

1º Festival de sopas da Ilha das Flores

A Casa do Povo das Lajes das Flores em parceria com a Associação Cultural Lajense realizam o 1º Festival de Sopas da Ilha das Flores no proximo dia 24 de Março de 2012 pelas 20H00 no Salão de Festas da Casa do Povo das Lajes.
O evento contará com um buffet de Sopas, pão de milho e de trigo, torradas, vinho e sumos, música tradicional e a eleição da melhor sopa presente no festival.
Todas as pessoas e entidades poderão participar livremente com as suas sopas.
Será uma forma diferente de festejar a chegada da Primavera.

domingo, 18 de março de 2012

Exposição de Fotografia – Parque Natural das Flores

Foi aqui divulgado o concurso de fotografia lançado pelo Parque Natural das Flores. Decorrido todo o processo haverá agora lugar para uma exposição das fotos apresentadas a concurso, assim como uma cerimónia de entrega dos prémios aos participante. O evento será já no proximo dia 21 de Março pelas 19h30  no Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão. A exposição permanecerá no local até ao dia 22 de Abril, para que possa ser visitada por um maior numero de pessoas.
Esta foi uma iniciativa que serviu não só para os amantes da fotografia poderem dar asas à sua criatividade, mas também uma forma de divulgar o que a ilha tem de melhor e acima de tudo mostrar a razão porque a ilha das Flores é Reserva da Biosfera.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Jangada traz ao palco: Nas Flores tudo se conta, tudo se diz!

Numa altura em que a ilha está "deprimida" nada melhor que uma boa gargalhada para aliviar os ânimos. Foi isso que o Grupo de Teatro a Jangada ofereceu ao seu sempre fiel publico. A primeira actuação desta comédia ocorreu no dia 02 de Março na Casa do Povo das Lajes, seguindo-se dia 3 e 4 de Março no Salão do Grupo Desportivo Os Minhocas em Santa Cruz.
O grupo prepara-se ainda para levar a peça às freguesias da Fajã Grande e Ponta Delgada.


Um argumento simples que conta a história de uma familia rica que de repente fica sem dinheiro e vê-se obrigada a vender o ultimo bem do seu patrimonio: a casa onde moram.  A familia é composta pela viuva, seus dois filhos e uma tia idosa. O filho homossexual e a filha separada do marido (vitima de violencia domestica). A este elenco junta-se o empresário, novo-rico que ao conhecer o filho da dona da casa descobre e revela a sua homossexualidade. Termina a historia com uma viagem de lua-de-mel entre ambos e a mudança da familia para a sua nova casa: um palheiro na Fazenda de Santa Cruz. A representar estiveram: António Lopes, Cristina Ribeiro, Diana Reis, Lilia Silva, José Eduardo e Maura Barreto. Muito humor e excelentes actores encheram o palco e o publico encheu a sala nas noites de actuação.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

O Blog As Flores deseja a todas as Mulheres um Feliz Dia. Assinala a data recordando um dos mais belos poemas de todos os séculos:
 
O Homem e a Mulher
 
O homem é a mais elevada das criaturas.
 
A mulher é o mais sublime dos ideais.

 
 Deus fez para o homem um trono.

Para a mulher, um altar.

O trono exalta.

O altar santifica.


O homem é o cérebro; a mulher é o coração.

O cérebro fabrica a luz; o coração produz Amor.

A luz fecunda.

O Amor ressuscita.


O homem é forte pela razão.

A mulher é invencível pelas lágrimas.

A razão convence.

As lágrimas comovem.


O homem é capaz de todos os heroísmos.

A mulher, de todos os martírios.

O heroísmo enobrece.

O martírio sublima.


O homem tem a supremacia.

A mulher, a preferência.

A supremacia significa a força.

A preferência representa o direito.


O homem é um gênio; a mulher, um anjo.

O gênio é imensurável; o anjo, indefinível.

Contempla-se o infinito.

Admira-se o inefável.


A aspiração do homem é a suprema glória.

A aspiração da mulher é a virtude extrema.

A glória faz tudo grande.

A virtude faz tudo divino.


O homem é um código.

A mulher, um evangelho.

O código corrige.

O evangelho aperfeiçoa.


O homem pensa.

A mulher sonha.

Pensar é ter no crânio uma larva.

Sonhar é ter na fronte uma auréola.


O homem é um oceano.

A mulher um lago.

O oceano tem a pérola que adorna.

O lago, a poesia que deslumbra.


O homem é a águia que voa.

A mulher é o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço.

Cantar é conquistar a alma.


O homem é um templo.

A mulher é o sacrário.

Ante o templo nos descobrimos.

Ante o sacrário nos ajoelhamos.


Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.

E a mulher onde começa o céu.
 
Victor Hugo