quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Festa de Santo Amaro

FESTA DE SANTO AMARO EM PONTA DELGADA
Como é tradição, no primeiro domingo de Setembro, festeja-se, em Ponta Delgada, o Santo Amaro. Festa esta que é considerada, por muitos, uma das maiores festas religiosas da ilha.
Ponta Delgada tem na sua história uma relação muito próxima com Santo Amaro uma vez que segundo a lenda, foi encontrada, há mais de trezentos anos, por homens que andavam na costa, uma estatueta deste santo e o povo comovido e crente que fora um milagre, passou a denominar aquela zona por “Rolo de Santo Amaro”. Levaram a imagem para a igreja paroquial, mas, por mais tentativas que fizessem, a imagem regressava todos os dias para o local onde fora encontrada. Perante tanta persistência da imagem, o povo decide edificar uma capela no mesmo local e como por milagre nasce uma fonte de água que veio a irrigar as terras em redor e a ajudar na produção de barro que serviu para a própria edificação da ermida.
Assim, nos dias 3, 4 e 5 de Setembro aquela freguesia preparou-se, como todos os anos, para receber os “romeiros” que vieram de toda a ilha para saudar este santo que muitos devotos atrai. Este ano, houve animação para os graúdos e miúdos, com a presença das terceirenses “Tia Jirónima e sua irmã Rosa”, o duo musical continental “Pedro e Gisela”, espectáculo infantil “Vamos ao Circo” e arraial com “Ecos do Ocidente”. No domingo celebrou-se a missa com as habituais comunhões solenes e procissão. Procedeu-se, como costume, às arrematações quer dos bonecos de massa, quer de outras ofertas dadas pela comunidade.
O restaurante e bar da festa abriu portas com uma ementa muito variada que ia desde pratos mais típicos, como o famoso cabrito, as favas e feijoada com cabeça de porco até o bacalhau ao santo, frango frito e bifanas. Como complemento a toda a animação, não faltaram mais uma vez, as já muito requisitadas filhoses.
 Márcia Cabral de Sousa




Editorial Edição especial de Agosto e Setembro 2010

IPSS ou nem por isso?
O Centro de Bem Estar Social e Paroquial de Santa Cruz foi criado, salvo erro, a 7 de Novembro de 1977, por um grupo de paroquianos da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição da vila de Santa Cruz, com o apoio das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima. Foi enquadrado no regime de Instituições Particulares de Solidariedade Social por ser uma instituição constituída sem finalidade lucrativa, por iniciativa de particulares. Funcionando no âmbito do apoio à infância este centro tem sido várias vezes apoiado pelo Governo Regional dos Açores, quer na construção do edifício onde funciona actualmente, quer na aquisição de mobiliário e material didáctico, quer no apoio ao seu normal funcionamento como instituição.
Felizmente as normas de inscrição e atribuição do escalão de pagamento das mensalidades estão legisladas, logo cumpridas. No entanto o horário de funcionamento é o escolhido pela Instituição. É a partir daqui que me surge o sentimento de revolta. Eu sou funcionária pública, tenho horário das nove da manhã às dezassete horas da tarde, por isso não me incomoda minimamente que o horário de encerramento do Centro seja às dezassete horas e trinta minutos, no entanto até há quem seja da função pública e tenha horário de saída do seu trabalho às dezassete e trinta e quem seja do privado com horários alargados e por turnos. Pelo novo regulamento aprovado pela Direcção quem for “levantar” o seu educando depois da hora paga uma certa quantia por dia somada à mensalidade. Isto é uma IPSS? E os “coitados” que trabalham no privado com horário de saída às dezassete e trinta, dezoito, dezoito e trinta ou mais tarde ainda? Os “coitados” daqueles que são os que mais precisam de ser apoiados são os primeiros a ser abandonados, penalizados! Isto é uma IPSS?
Qualquer criança que tenha um surto de febre, qualquer sinal aparente de doença logo o encarregado de educação é avisado para levantar a criança por ela não poder estar na instituição e muito bem. Nesse dia conhecem e rapidamente contactam o encarregado de educação. Num passado recente, num súbito surto da famosa epidemia, vulgarmente conhecida por Gripe A, a direcção (ou parte da direcção) resolvem encerrar a instituição pelo período de uma semana. Aquando da decisão tomada pela direcção, a atitude correcta seria informar os encarregados de educação de que o centro estaria encerrado, os mesmos encarregados de educação que facilmente são contactados na situação anterior. Mas não, a maioria dos pais bateu com o nariz na porta e aquela hora da manhã é que teve que se desenrascar e procurar forma de deixar o seu educando ao cuidado de alguém para poder ir para o seu trabalho. Não foi o meu caso porque a minha filha estava sob suspeita da gripe, logo resguardada ao meu cuidado pelo seu médico. Mas foi o caso de muitos pais, alguns sem família a quem recorrer. Isto é uma IPSS? Isto é prestar serviços de apoio à Infância?
E as tolerâncias de ponto? Já por duas vezes pelo menos que foi atribuída tolerância de ponto aos funcionários da instituição, não que eu tenha nada contra ao facto de se atribuir um dia de descanso a estes trabalhadores que nada são inferiores aos da função publica, mas como instituição de apoio à infância não deveria permanecer aberto aos utentes cujos pais trabalham no privado e têm que trabalhar nesses dias, alguns sem ter a quem recorrer e a quem deixar os filhos. Que fizessem tolerância de ponto a 50% para que pudessem assegurar o funcionamento da instituição. Isto é uma IPSS? Receio que não…