segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

REFLEXÃO - Parábolas de solidariedade

Deram exemplo de valentia e lutaram até ao final. Depois de sessenta e nove dias a quase setecentos metros de profundidade a cápsula Fénix resgatava o último mineiro. Viveram em dois mundos separados por terra. O das trevas e da claustrofobia e, um formoso mundo, uma parábola de solidariedade, exemplo de como uns homens salvaram os seus irmãos. Tratou-se de salvar a vida de trinta e três mineiros. O que podia ter sido uma catástrofe converteu-se numa amostra do que o homem, o ser humano pode pensar e fazer quando tem clara a prioridade pela vida. A fraternidade e a solidariedade, o respeito pela vida humana, fé e trabalho, dignidade do povo Chileno que soube responder perante milhões que se sentiam dentro daquela mina. Em termos políticos chama-se “democracia”, o direito de todos e de cada um à vida. Foi bom estar-nos todos unidos “globalmente”, irmãos na distância, mas não no sentir....(continua na versão em papel)

José Alcindo Lopes Armas

"Das Flores, uma voz!"

Foi no passado dia 11 de Dezembro que decorreu a cerimónia de lançamento do CD de Armando Meireles intitulado: "Das Flores, uma voz!".
Armando Meireles possuidor de uma das melhores vozes açorianas, que há mais de 35 anos, adoptou as Flores como a sua terra, apaixonado pela ilha mais ocidental dos Açores, pela sua família e pela Câmara Municipal das Lajes, aonde dignamente desempenha o cargo de vereador e vice-presidente daquele concelho...(continua na versão em papel)

CHUVA E DERROCADA CATASTRÓFICA NA FAJÃZINHA

Várias horas consecutivas de chuva deixaram as pessoas da freguesia da Fajãzinha ameaçadas pelo desabamento de terras, ameaça que se concretizou numa enorme derrocada que deixou a Fajãzinha isolada do resto da ilha das Flores.
Passavam poucos minutos das 5 da madrugada quando uma derrocada, sem precedentes, atingiu parte da freguesia da Fajãzinha, concelho de Lajes das Flores. Só por volta das 7 horas da manhã toda a população ficou alerta do que se estava a passar e foi a partir daí que começaram os esforços para tentar “contornar” este incidente... (continua na versão em papel)

PARA GRANDES ESPERANÇAS, MAIORES ENGANOS - Ponta Delgada


Sem querer atingir ninguém em particular, mas alertar a todos em geral, não podia deixar de escrever sobre alguns factos que vieram ao meu conhecimento através de algumas pessoas de Ponta Delgada que se sentem envergonhadas pelo estado de algumas zonas da freguesia.
Já foram alertadas as entidades, entre elas a Câmara Municipal de Santa Cruz e os Serviços de Ambiente, que entretanto ainda não tomaram nenhuma atitude.
Algumas pessoas com exploração agropecuária demonstram algum descuido e até certo ponto abuso na sua actividade, desde os rolos de erva na estrada, abertos e com os plásticos ao abandono, as estradas entre as casas sujas e enlameadas pela constante passagens dos animais bovinos.
Todos nós sabemos que é uma actividade dura no Inverno e com muitos contratempos, mas há algumas formas de respeitar a natureza, o bem-estar das pessoas e o asseio do local onde vivemos. Acho que o nosso orgulho como naturais de uma freguesia é que as pessoas que a visitam saiam de lá com uma boa impressão. Com imagens como estas que me chegaram às mãos, eu sinto vergonha de um lugar assim, sujo, descuidado…uma freguesia que ganhou o galardão de Freguesia Limpa! Sei que o Presidente da Junta, aliás meu familiar tem estado ausente e talvez por isso essa situação. Já que as outras entidades não se preocuparam sequer em chamar a atenção, esperemos que este ano que vai começar que a população de Ponta Delgada queira manter o galardão recebido recentemente. Sujidade não é só lixo, é também lama, casas com as paredes sujas (respingadas pela passagem de animais e carros), dejectos de animais, ervas espalhadas, plásticos abandonados…podemos todos em vez de viver em constantes vingançazinhas e mesquinhezes, fazer um pequeno esforço para respeitar a freguesia que não pertence apenas a alguns, mas a todos os que lá vivem e pertence também ao mundo e aos cidadãos do mundo inteiro.

                                                         Maria José Cabral de Sousa

O Natal nas suas multiplas versões


Este ano tive a oportunidade de passear pelas ruas da capital portuguesa na semana natalícia. Foi uma viagem ao interior das minhas emoções e sentimentos que não poderia de forma alguma deixar de partilhar com os leitores, especialmente com aqueles que lêem o Editorial todos os meses.
A nossa visão sobre o Natal vai mudando ao longo dos anos e hoje sinto-me amadurecida para falar sobre esse tema. Recordo com saudade a minha infância, o cheiro doce a Natal nessa doce fase da vida. Recordo o primeiro “bebé” que cobicei na prateleira envidraçada da loja do primo João Medeiros, de chegar a casa dos meus avós e tagarelar sobre as roupas que o pequerrucho vestia. Nessa altura a minha mãe ainda não fazia bolo de frutas, nem sabia o que eram frutas cristalizadas, apenas conhecia os doces figos passados, a minha mãe cozia sim uma fornada de pão de milho, uma de massa sovada, para encher com fartura a mesa na noite da consoada. Nem comíamos bacalhau, nem peru, mas sim véja salgada escorrida com batata ou carne de porco assada, ou ainda a própria caçoila de porco, porque toda a gente matava o porco nessa altura do ano. Na casa dos meus pais nunca houve barbies, nem carros de brincar caros, mas sempre uma mesa farta, muita alegria e os brinquedos mais humildes que pedíamos ao Pai Natal. A árvore era colorida com todos os fios que tínhamos, mesmo aqueles já velhinhos e desfiados. Eu e os meus irmãos até tínhamos os nossos próprios fios, tipo o azul era de um, o vermelho de outro e por aí além. Era na altura um Natal verdadeiramente Santo.
Esta semana ao passear-me pelas ruas da maior cidade portuguesa vi um Natal triste, um Natal egoísta, um Natal materialista. Enquanto uns se passeavam carregados de sacos “Massimo Duti”, “Boss”, e muitas outras marcas que custam “os olhos da cara” outros estendiam a mão para pedir esmola no meio da rua. Pessoas sós, pobres e invisíveis. São realmente invisíveis à maior parte das pessoas, porque já há quem realmente passeie pelas ruas sem as ver. “É tudo uma questão de hábito” disse-me a maioria das pessoas com quem desabafei o meu choque perante esta situação. Qual hábito? Será possível que nós como ser humanos consigamos nos habituar a uma coisa destas? Será possível que prefiramos oferecer bugigangas só por oferecer a quem nem precisa delas e sejamos capazes de olhar a quem nos estende a mão e recusar ou simplesmente ignorar ou pior ainda já não ver quem precisa do pão para se alimentar?
Visitei a Sé de Lisboa. Que fria que é! Realmente já não há corações para aquecer aquele monumento. O Natal de Jesus, o menino que nasceu pobre e recebeu prendas dos reis, parece cada vez mais distante: os reis de hoje já não vêem o “menino”, não querem ver, preferem ignorar. Como se ao ignorar se pudesse apagar aquelas pessoas, aquela miséria…
Senti realmente um Natal envelhecido dentro de mim, este Natal até me soube mal o bacalhau da consoada: uns com bacalhau, outros sem nada!
O meu editorial de Dezembro de 2009 foi sobre ajudar e acarinhar os mais próximos, aqui da ilha, idosos, as pessoas que vivem sozinhas, neste Editorial vou apelar aos meus leitores de Portugal continental: se vivem numa cidade onde existam sem abrigo, mendigos, lembrem-se que tem sempre a hipótese de todos os dias sair à noite e levar um jantar (que tantas vezes sobra nas nossas mesas), um cobertor, um sorriso, uma palavra a uma dessas pessoas. Se cada uma de nós agir dessa forma, estaremos a contribuir para um mundo melhor, feito de pessoas melhores. Votos de um Santo e Solidário Natal. Dê a quem realmente precisa.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

E se os maus políticos tivessem um sósia?

Lembrei-me de um filme em que o presidente dos Estados Unidos da América faleceu de repente e arranjaram um sósia para ocupar o lugar dele sem ninguém saber e entretanto ele fez uma revolução no orçamento à Robin dos Bosques, tirando aos ricos para ajudar alguns pobres. Que bom que seria um sósia neste momento no lugar do medíocre primeiro-ministro que temos. Um primeiro-ministro que só consegue visualizar melhoria do défice português com cortes na saúde, na educação, nos vencimentos da função publica e com aumento de impostos. Um primeiro-ministro que tem vindo a degradar a imagem do país e a vida das pessoas, tornando Portugal um país de deprimidos e pobres.
Não é necessário cada um de nós sair do seu meio para perceber a cambada de “comilões” e de parasitas que sugam o dinheiro do Estado sem nada contribuir para o crescimento económico e social. Que além de sugar com vencimentos chorudos, que triplicam, quadruplicam (…) o ordenado mínimo que recebem a maioria dos portugueses, ainda aumentam a despesa pública com pequenos e não tão pequenos luxos tais como o uso de telemóveis de serviço, de viaturas de serviço, viagens, jantares, etc. Se pensarmos em números de comilões por meio pequeno que conhecemos e multiplicarmos por todos os meios pequenos neste país, o resultado final deve ser assustador. Experimentem por retirar todos os parasitas da despesa do orçamento de estado e verão que afinal não havia necessidade de cortes na educação e na saúde. Portugal está doente mas é com parasitas e que eu saiba desse mal nunca ninguém morreu porque o remédio compra-se numa farmácia perto de si!