segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Campanha SOS Cagarro

Este ano entre os dias 1 de Outubro e 15 de Novembro foram salvos 3233 cagarros juvenis em todas as ilhas dos Açores.Os dados foram transmitidos pelo Director Regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, na apresentação dos resultados da campanha SOS Cagarro, durante a qual foram também recolhidos 252 cagarros mortos e oito feridos.
Por ilhas, os maiores números de salvamentos registados ocorreram em São Miguel (788), Pico (588), São Jorge (514) e Faial (413), e os menores na Graciosa (93), Santa Maria (122), Terceira (211), Corvo (228) e Flores (276).
Envolvidos na campanha “SOS Cagarro” estiveram  4.709 pessoas e 169 instituições, o que transforma esta iniciativa numa das “maiores acções ambientais” do país.
A título de curiosidade, refira-se que em São Jorge registou-se este ano uma adesão recorde de 1.264 pessoas envolvidas, no Faial foram anilhadas todas as aves devolvidas ao mar e em São Miguel houve um número recorde de 56 brigadas nocturnas.
O cagarro, cuja subespécie borealis nidifica sobretudo nos Açores, Madeira, Selvagens, Canárias e Berlengas, é a ave marinha mais abundante nas ilhas açorianas, ainda que, a nível mundial, a sua situação de conservação seja desfavorável.
Actualmente, existirão nos Açores entre 500.000 a 700.000 cagarros, entre os quais 188.000 casais reprodutores, correspondendo a cerca de 60 a 65% da população mundial da espécie (Calonectris diomedea) e a 75% da população mundial da subespécie (Calonectris diomedea borealis).
Há estimativas que indicam que se nada fosse feito pelos cagarros nos Açores, a população daquela que é a maior pardela a nidificar no hemisfério Norte poderia diminuir em 30% até 2050.
A 3 de Outubro de 1991, naquela que é uma decisão histórica na protecção do cagarro nos Açores, a Câmara Municipal do Corvo deliberou apagar a iluminação pública dos caminhos às 00:30 horas entre 13 de Outubro e 10 de Novembro “para proteger as pardelas de bico amarelo”.
Mais tarde, em Março de 1993, numa iniciativa do Doutor Luís Monteiro, que contou com a colaboração activa do Governo Regional e dos Amigos dos Açores, foram lançadas as campanhas “Um espaço para os garajaus” e “A escola e o cagarro”.
Na sequência destas iniciativas, em 1995 foi então criada pelo Doutor Luís Monteiro a campanha “SOS Cagarro”, no âmbito do projecto LIFE “Conservação das comunidades de aves marinhas dos Açores”, em que era parceiro o Governo Regional.
Actualmente, a campanha “SOS Cagarro”, que se desenvolve em duas vertentes – Educação Ambiental e Conservação da Natureza – e tem como principal objectivo envolver as pessoas e entidades no salvamento dos cagarros juvenis encontrados junto às estradas e na sua proximidade, é coordenada pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. ( Fonte GACS)

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